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MARIA BRAGA HORTA E SUA TRAJETÓRIA LUMINOSA / João Carlos Taveira

Resolvi dar uma vasculhada no meu baú de escritos, papéis acumulados desde o fim dos anos 1980. E ali, pelo que pude perceber, há material para mais de metro. Tanto escrevi poesia quanto sobre a minha impressão acerca de autores e livros. E grande parte de ambas as atividades permanece inédita, sem nenhum horizonte de vir a lume, pois já estou velho, com o foco voltado para outra direção. E há também o fato de os editores hoje em dia procurarem mais por “carne fresca”, para suas investidas comerciais. Mas está tudo certo, está tudo bem. A vida é assim.

Preciosidade encontrada!

Publicado em 1996, pela Massao Ohno, o livro de poemas de Maria Braga Horta, intitulado “Caminho de Estrelas”, e que era tão esperado até aquele momento... Trata-se de uma reunião de toda a sua produção poética em alentado volume de 254 páginas ilustradas por Ivanir Geraldo Viana, com capa da filha Glória Braga Horta, organizado e prefaciado pelo primogênito Anderson Braga Horta, também poeta e um dos mais representativos de sua geração.

REGIMENTO INTERNO ALB

I – Natureza, Sede, Foro e Fins

Art. 1.° A Academia de Letras do Brasil, fundada em 25 de julho de 1987, na cidade de Brasília, onde tem sede e foro, é uma sociedade civil de fins culturais, de âmbito nacional e de duração indeterminada, que tem por fim promover a criação literária e estimular a divulgação da Literatura Brasileira, e se rege pelas normas estabelecidas em seu Estatuto e neste Regimento Interno. 

II – Constituição Administrativa

Art. 2.° A Academia de Letras do Brasil é administrada por uma Diretoria eleita em Sessão Plenária, com mandato de dois anos, permitida a reeleição. 

Art. 3.° A Diretoria é composta de Presidente, Secretário-Geral, Primeiro-Secretário, Segundo-Secretário, Primeiro-Tesoureiro, Segundo-Tesoureiro, Diretor de Divulgação e Diretor de Biblioteca, residentes no Distrito Federal. 

A poesia de Dheyne de Souza não deixa que o olhar envelheça / Salomão Sousa

 Deve ser descartada a sintaxe que ordena o material para que pensamento consiga interpretar numa percepção ligeira, mas exigidas intervenções que venham inserir outras linhagens de compreensão, onde a visibilidade não ocorra em fórmulas e recortes uniformes.  É confortável eleger uma ordem e depois se sujeitar a ela e a ela se habituar, vindo a desaguar na desistência de buscas de novos ângulos de visibilidade. Só as novas visibilidades permitem novos trânsitos e novos textos. 

Dheyne de Souza denuncia: “a ponte cega o verbo”, pois a ponte não estimula outras passagens, sujeitando o passageiro às mesmas paisagens e aos mesmos territórios. Dentro de uma zona de domínio, de conforto, deixa de ser discernível a individuação. Quando todos mantêm o mesmo ritmo, num mesmo propósito, num mesmo discurso, encontramo-nos num enxame, num formigueiro ou numa multidão. O enxame – define Byung-Chul Han – conforma-se com o mesmo resultado.

SOBRE A QUEIMA E A DESTRUIÇÃO DE LIVROS NA HISTÓRIA / JOÃO SCORTECCI

1) DAS APROPRIAÇÕES DE LIVROS

O “Santuário do Livro” - inaugurado em 1965 - é uma ala do Museu de Israel, em Jerusalém, que guarda os “Manuscritos do Mar Morto”. Os manuscritos formam uma coleção de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas nas ruínas da antiga comunidade de Qumran, no Mar Morto, no ano de 1947, por jovens beduínos (grupo árabe habitante dos desertos, tradicionalmente divididos em tribos ou clãs) que perseguiam uma cabra fujona. Os jovens pastores encontraram numa caverna jarros cilíndricos que continham manuscritos sagrados. Divulgado o achado, arqueólogos e teólogos iniciaram a exploração de 11 grutas da região e conseguiram recuperar uma biblioteca inteira, com rolos intactos e alguns outros destruídos, perto de 15 mil fragmentos. Os “Manuscritos do Mar Morto” são de longe a versão mais antiga do texto bíblico, datado de mil anos antes do texto original da Bíblia Hebraica. Os manuscritos incluem livros apócrifos (escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs não incluídos no cânon bíblico) e livros de regras da seita dos Essênios (viviam afastados da sociedade, no deserto, concentrados em estudar o Torá) que viveram em Qumran, entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C. A autenticidade dos documentos do Mar Morto foi atestada em 1948. Em 1954, o governo israelense, comprou parte do acervo e, em 1967, na “Guerra dos Seis Dias” (Guerra árabe-israelense), apropriou-se do acervo do Museu Arqueológico da Palestina, até então em posse do governo da Jordânia.